domingo, 24 de abril de 2011

Salmo 1



Publicado em 6 de junho de 2009 – 7:00
Quem quer que tenha feito a coletânea dos Salmos em um só volume, seja Esdras ou alguma outra pessoa, parece ter colocado este Salmo no início à guisa de prefácio, no qual o autor inculca a todos os piedosos o dever de se meditar na lei de Deus. A suma e substância de todo o Salmo consistem em que são bem-aventurados os que aplicam seus corações a buscar a sabedoria celestial; ao passo que, os profanos desprezadores de Deus, ainda que por algum tempo se julguem felizes, por fim terão o mais miserável fim.

[vv. 1, 2]
Bem-aventurado é o homem que não anda no conselho dos ímpios, nem se detém na vereda dos pecadores, nem se assenta junto com os escarnecedores. Seu deleite, porém, está na lei de Jehovah; e em sua lei medita dia e noite. 
1. Bem-aventurado é o homem. A intenção do salmista, segundo expressei acima, é que tudo estará bem com os devotos servos de Deus, cuja incansável diligência é fazer progresso no estudo da lei divina. Já que o maior contingente do gênero humano vive sempre acostumado a escarnecer da conduta dos santos como sendo mera ingenuidade e a considerar seu labor como sendo total desperdício, era de suma importância que o justo fosse confirmado na vereda da santidade, pela consideração da miserável condição de todos os homens destituídos da bênção de Deus e da convicção de que Deus a ninguém é favorável senão àqueles que zelosamente se devotam ao estudo da verdade divina. Além do mais, como a corrupção sempre prevaleceu no mundo, a uma extensão tal que o caráter geral da vida humana nada mais é senão um perene afastar-se da lei de Deus, o salmista, antes de declarar a ditosa sorte dos estudantes da lei divina, os admoesta a se precaverem para não se deixar levar pela impiedade da multidão que os cerca. Começando com uma declaração que revela sua aversão pelos perversos, ele nos ensina quão impossível é para alguém aplicar sua mente à meditação da lei de Deus, se antes não recuar e afastar-se da sociedade dos ímpios. Eis aqui sem dúvida uma admoestação em extremo necessária; porquanto vemos quão irrefletidamente os homens se precipitam nas armadilhas de Satanás; no mínimo, quão poucos, comparativamente, há que se protegem contra as fascinações do pecado. Para que vivamos plenamente conscientes dos perigos que nos cercam, necessário se faz recordar que o mundo está saturado de corrupção mortífera, e que o primeiro passo para se viver bem consiste em renunciar a companhia dos ímpios, de outra sorte é inevitável que nos contaminemos com sua própria poluição.
fonte: www.monergismo.com