quinta-feira, 15 de julho de 2010

Sobre a Ceia do Senhor…


 

 

Jonh Knox


AQUI se declara brevemente, em resumo, de acordo com as Escrituras, a opinião que nós cristãos temos sobre a Ceia do Senhor, chamada de ‘O Sacramento do Corpo e do Sangue de Nosso Salvador Jesus Cristo’.
Primeiro, confessamos que é um ato santo, ordenado por Deus, no qual o Senhor Jesus, por meio de coisas terrenas e visíveis colocadas diante de nós, nos eleva até as coisas celestiais e invisíveis. E que quanto preparou Seu banquete espiritual, testificou que Ele mesmo era o pão vivo, com o que nossas almas teriam que ser alimentadas para a Vida Eterna. 



Portanto, ao dispor pão e vinho para comer e beber, nos confirma e sela Sua promessa e comunhão, (isto é, que seremos participantes com Ele em Seu Reino); e representa para nós, e desnuda aos nossos sentidos, Seus dons celetiais; e também nos dá a Si mesmo, para ser recebido por fé, e não com a boca, ou mesmo por transfusão de substância. Mas, mediante o poder do Espírito Santo, nós, sendo alimentados com Sua carne e renovados com Seu sangue, sejamos renovados à veradeira piedade e imortalidade.
Confessamos ainda que aqui o Senhor Jesus nos congrega em um Corpo Visível, de modo que sejamos membros um do outro, e constituamos junto um mesmo Corpo, cuja única Cabeça é Jesus Cristo. Finalmente, cremos que por este mesmo Sacramento, o Senor nos chama a recordar sua morte e paixão, para avivar nossos corações o louvor a seus Santíssimo nome.
Ainda mais: reconhecemos que deste Sacramento devemos nos aproximar com reverência, considerando que ali existe e se dá testemunho da maravilhosa união e comunhão do Senhor Jesus com aqueles que o recebem; e também, que ali, neste Sacramento, está incluído a garantia de que Ele preservará Sua Igreja. Sim, pois aqui nos é ordenado que anunciemos a morte do Senhor até que Ele venha!



Cremos também se tratar de uma Confissão, por meio da qual manifestamos que tipo de doutrina professamos; e a qual congregação nos juntamos; e de igual modo, que é um vínculo de amor reciproco entre nós. Por fim, cremos que todos os que se aproximam desta Santa Ceia devem trazer consigo sua conversão ao Senhor, mediante sincerro arrependimento e fé; e neste Sacramento recebe então o selo da confirmação de sua fé; todavia não se deve jamais pensar que seus pecados sejam perdoados pelo mérito de se participar do Sacramento. 



E, a respeito aquelas palavras, “Hoc est corpus meum”“este é o meu corpo”, das quais dependem tanto os papistas, dizendo que é necessário crer que o pão e o vinho são transubstãnciados em corpo e sangue de Cristo; afirmamos que isto não é um artigo de fé que nos possa salvar, nem que estejamos obrigados a nele crer sob pena de condenação eterna. Pois, se cremos que seu corpo natural, carne e sangue, estão naturalmente no pão e no vinho, isto não nos salvaria, tendo em vista que muitos assim acreditam e, no entanto, o recebem para sua própria condenação [I Cor. 11.1]. Porque não é sua presença no pão que tem poder de nos salvar, mas sua presença em nossos corações mediante a fé em seu sangue, o qual nos tem lavado de nossos pecados e aplacado a ira de seu Pai contra nós. E, uma vez mais, se não cremos em sua presença corporal no pão e nov vinho, isso não nos condenará,mas seriamos condenaos por sua ausência de nossos corações por causa da incredulidade. 



É possível que alguém objete do seguinte modo: ainda que a ausência corporal de Cristo no pão e no vinho não seja capaz de nos condenar, ainda assim estamos obrigados a crer nisto, pois a Palavra de Deus diz: “Este é meu corpo”e, então, aquele que isto nega é um mentiroso e faz Deus também mentiroso – tal incredulidade leva a condenação. Nossa resposta é assim: cremos na Palavra de Deus, e confessamos que é ela é verdadeira, porém que ela não precisar ser compreendida do modo grosseiro dos romanistas. Porque no Sacramento recebemos a Jesus Cristo espiritualmente, como o afirmam os pais do Antigo Testamento, e conforme diz S. Paulo (I Cor. 10.3-4). Se as pessoas ponderaram bem a forma como Cristo, ao ordenar este Santo Sacramento de Seu corpo e Seu Sangue, falou aquelas palavras, sem dúvida alguma jamais as interpretariam de modo tão grosseiro e tolo, contrariando todo o contexto das Escritura e a exposição de Santo Agostinho, São Jerônimo, Fulgêncio, Vigilio, Origenos e muitos outros escritores piedosos.

Fonte: e-mails que recebo.

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