sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

Disciplina

Disciplina
A Igreja deve apoiar os padrões dos Cristãos

Se teu irmão pecar (contra ti), vai argüi-lo entre ti e ele só. Se ele te ouvir, ganhaste a teu irmão. Se, porém, não te ouvir, toma ainda contigo uma ou duas pessoas, para que, pelo depoimento de duas ou três testemunhas, toda palavra se estabeleça. E, se ele não os atender, dize-o à igreja; e, se recusar ouvir também a igreja, considera-o como gentio e publicano”. Mateus 18.15-17
O conceito cristão de disciplina tem a mesma amplitude da palavra latina disciplina, que significa toda a extensão dos métodos educativos, instrucionais e de treinamento que a formação de um discípulo requer. Quando a teologia Reformada ressalta a importância da disciplina na igreja, insistindo que não há saúde espiritual sem ela e que ela é uma marca vital da verdadeira igreja, ela tem mais coisa em mente do que processos punitivos contra pessoas imorais e hereges. Somente onde as disciplinas pessoais de aprendizado e devoção, culto e comunhão, justiça e serviço estão sendo ensinadas com firmeza num contexto de atenção e responsabilidade (Mt 28.20; Jo 21.15-17; 2 Tm 2.14-26; Tt 2; Hb 13.17) há lugar apropriado para o disciplinamento judicial. Todavia, o Novo Testamento mostra claramente que nesse contexto judicial o disciplinamento encontra lugar apropriado ao amadurecimento das igrejas e dos indivíduos (1 Co 5.1-13; 2 Co 2.5-11; 2 Ts 3.6,14,15; Tt 1 10-14; 3.9-11).
 
Jesus instituiu a disciplina na igreja autorizando os apóstolos a ligarem e desligarem (isto é, proibirem e permitirem, Mt 18.18) e a declararem os pecados perdoados ou retidos (Jo 20.23). As “chaves do reino”, dadas primeiramente a Pedro e definidas como poder para ligar e desligar (Mt 16.19), têm sido comumente entendidas como autoridade para formular doutrina e impor disciplina, autoridade dada presentemente por Cristo à igreja em geral e, em particular, a pastores investidos.
 
A Confissão de Westminster declara:

"As censuras eclesiásticas são necessárias para chamar e ganhar para Cristo os irmãos ofensores, para impedir que outros pratiquem ofensas semelhantes, para purgar o velho fermento que poderia corromper a massa inteira, para vindicar a honra de Cristo e a santa profissão do evangelho e para evitar a ira de Deus, a qual com justiça poderia cair sobre a igreja, se ela permitisse que o pacto divino e os selos dele fossem profanados por ofensores notórios e obstinados."(XXX.3)
 
As censuras na igreja podem ser escalonadas desde a simples admoestação, pela exclusão da Ceia do Senhor, até a expulsão da congregação (excomunhão), a qual é referida como entrega da pessoa a Satanás, o príncipe deste mundo (Mt 18.15-17; 1 Co 5.1-5,11; 1 Tm 1.20; Tt 3.10,11). Os pecados públicos (isto é, aqueles que são expostos à vista de toda a igreja) devem ser punidos publicamente na presença da igreja (1 Tm 5.20; cf Gl 2.11-14). Jesus ensina um procedimento para tratar com privacidade aqueles que cometem ofensa pessoal, na esperança de que não seja necessário pedir para eles a censura pública da igreja (Mt 18.15-17).
 
O propósito da censura da igreja em todas suas formas não é o de punir pelo só motivo da punição, mas de exortar ao arrependimento e, assim, recuperar a ovelha extraviada. Concluindo, há somente um pecado em virtude do qual o membro da igreja é excomungado _a impenitência. Quando o arrependimento é notório, a igreja deve declarar o pecado perdoado e receber o ofensor uma vez mais na comunidade.

Autor: J. I. Packer
Fonte: Teologia Concisa, Ed. Cultura Crista. Compre este livro em http://www.cep.org.br

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