domingo, 6 de fevereiro de 2011

A INTERPRETAÇÃO DA BÍBLIA


Atos 15.15-16; Efésios 4.11-16; 2 Pedro 1.16-21; 2 Pedro 3.14-18
Qualquer documento escrito, para poder ser compreendido, precisa ser inter­pretado. Nosso país possui indivíduos altamente capacitados, cuja tarefa diária é interpretar a Constituição. Eles formam o Supremo Tribunal Federal. Interpretar a Bíblia é uma tarefa muito mais solene do que interpretar a Constituição de um país. Requer grande cuidado e diligência.
A Bíblia é o seu próprio Supremo Tribunal. A regra principal de interpre­tação bíblica é: "A Bíblia é sua própria intérprete". Esse princípio significa que a Bíblia deve ser interpretada pela própria Bíblia. O que é obscuro em uma parte da Bíblia pode ser esclarecido em outra parte. Interpretar a Bíblia pela Bíblia significa que não devemos colocar uma passagem contra outra. Cada texto deve ser entendido não somente à luz do seu contexto imediato, mas também à luz do contexto da Bíblia como um todo.
Além disso, entendido adequadamente, o único método legítimo e válido de interpretação da Bíblia é o da interpretação literal. Existe, contudo, muita confusão a respeito dessa idéia de interpretação. Interpretação literal, estrita­mente falando, significa que devemos interpretar a Bíblia assim como está escri­to. Um substantivo é interpretado como substantivo e um verbo, como um ver­bo. Quer dizer que todas as formas usadas na redação da Bíblia devem ser interpretadas de acordo com as regras normais que regem tais formas. Poesia deve ser tratada como poesia. Relatos históricos devem ser tratados como História. Parábolas como parábolas, hipérboles como hipérboles, e assim por diante.
Nesse aspecto, a Bíblia deve ser interpretada de acordo com as regras que governam a interpretação de qualquer outro livro. Em algumas de suas ca­racterísticas, a Bíblia é diferente de qualquer outro livro que já foi escrito. Em termos de interpretação, entretanto, deve ser tratada como qualquer outro livro.
A Bíblia não deve ser interpretada de acordo com nossos próprios dese­jos e preconceitos. Devemos buscar entender o que ela de fato diz e nos guar­darmos de forçar nossos próprios pontos de vista sobre ela. Este é o passatem­po dos hereges: buscar base bíblica para doutrinas falsas que não têm base no texto. O próprio Satanás citou as Escrituras de maneira ilegítima, num esforço para seduzir Jesus Cristo a pecar (Mt 4.1-11).
A mensagem básica da Bíblia é simples e clara o suficiente para que até uma criança possa entender. Mesmo assim, o "alimento sólido" da Bíblia requer estudo e atenção cuidadosos para ser entendido adequadamente. Algumas ques­tões tratadas na Bíblia são tão complexas e profundas que mantêm os maiores eruditos constantemente envolvidos no esforço de resolvê-las.
Existem alguns princípios de interpretação que são básicos para todo estudo saudável da Bíblia. Incluem o seguinte: (1) As narrativas devem ser inter­pretadas à luz das passagens de "ensino". Por exemplo, a história de Abraão oferecendo Isaque no Monte Moriá pode sugerir que Deus não sabia que Abraão tinha uma fé genuína. As passagens didáticas da Bíblia, porém, deixam claro que Deus é onisciente; (2) aquilo que é implícito sempre deve ser interpretado à luz do que é explícito; nunca deve ser o contrário. Isto é, se um texto específico parece ter uma idéia ou lição implícita, não devemos aceitar a implicação como correta se for contrária a algo que é declarado explicitamente em outro lugar da Bíblia; (3) as leis da lógica governam a interpretação da Bíblia. Por exemplo, se sabemos que todos os gatos têm cauda, não podemos deduzir que alguns gatos não têm. Se é verdade que alguns gatos não têm cauda, então não pode ser verdade também que todos os gatos têm. Isso não é apenas uma questão de leis técnicas de inferência; é uma questão de senso comum. Mesmo assim, a grande maioria das interpretações equivocadas da Bíblia é causada por deduções ilegí­timas extraídas da Bíblia.
fonte: Verdades Essencias da Fé Cristã - Doutrinas básicas em linguagem simples Prática

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