O
apóstolo Paulo em sua Segunda Carta aos Coríntios, capítulo quatro, versículos
dezesseis a dezoito nos ensina a viver na dimensão da eternidade. Nossos pés
estão na terra, mas nosso coração está no céu. Vivemos neste mundo como
peregrinos, mas estamos a caminho da nossa Pátria permanente. Três verdades
saltam aos nossos olhos no texto em apreço. Essas verdades nos direcionam nessa
caminhada rumo à glória.
1.
Temos um corpo fraco, mas um espírito renovado.“Por isso, não desanimamos; pelo
contrário, mesmo que o nosso homem exterior se corrompa, contudo, o nosso homem
interior se renova de dia em dia” (2Co 4.16). Nossa fraqueza física é notória e
indisfarçável. O tempo esculpe em nossa face rugas profundas. Nossas pernas
ficam bambas, nossos joelhos trôpegos e nossas mãos descaídas. Cada fio de
cabelo branco que surge em nossa cabeça é a morte nos chamando para um duelo.
Nosso homem exterior, ou seja, nosso corpo enfraquece-se progressivamente. Mas,
ao mesmo tempo, nosso homem interior, ou seja, nosso espírito renova-se de dia
em dia, sendo transformado de glória em glória na imagem de Cristo. Ao mesmo
tempo em que o nosso corpo se enfraquece, nosso espírito se fortalece. Na mesma
proporção que o exterior se corrompe, o interior se renova. Temos um corpo
fraco, mas um espírito forte.
2.
Temos um presente doloroso, mas um futuro glorioso. “Porque a nossa leve e momentânea
tribulação produz para nós eterno peso de glória, acima de toda comparação”
(2Co 4.17). Aqui pisamos estradas juncadas de espinhos, cruzamos vales escuros
e atravessamos desertos tórridos. Aqui nossos olhos ficam empapuçados de
lágrimas e nosso corpo geme sob o látego da dor. Aqui enfrentamos ondas
encapeladas, rios caudalosos e precisamos atravessar fornalhas ardentes. Aqui
sofremos, choramos e sangramos. Porém, em comparação com a glória por vir a ser
revelada em nós, nossas tribulações são leves e passageiras. O presente é
doloroso, mas o futuro é glorioso. Nosso destino final não é um corpo caquético,
mas um corpo de glória. Nossa jornada não termina num túmulo gélido, mas na
Jerusalém celeste. Nosso fim não é a morte, mas a vida eterna. O nosso futuro
de glória deve encorajar-nos a enfrentar com alegria a nossa presente
tribulação. O que seremos deve nos encher de esperança para arrostar as
limitações de quem somos. Vivemos na dimensão da eternidade!
3.
Temos as coisas visíveis que são temporais, mas as coisas invisíveis que são
eternas. “Não
atentando nós nas coisas que se veem, mas nas que se não veem; porque as que se
veem são temporais, e as que se não veem são eternas” (2Co 4.18). O visível e
tangível que enche nossos olhos e tenta seduzir nosso coração é aquilo que não
vai permanecer. Tem prazo de validade e não vai durar para sempre. Mas, as coisas
que não vemos são as que têm valor e vão permanecer para sempre. Investir
apenas naquilo que é terreno e temporal é fazer um investimento insensato, pois
é investir naquilo que não permanece. Investir, porém, nas coisas invisíveis e
espirituais, é investir para a eternidade. Jesus diz que devemos ajuntar
tesouros lá no céu, pois o céu é nossa origem e nosso destino. O céu é nosso
lar e nossa pátria. Nosso Senhor está no céu. Muitos dos nossos irmãos já foram
para o céu e nós, que fomos remidos e lavados no sangue de Jesus estamos a
caminho do céu. Lá está o nosso tesouro. Lá está a nossa herança. É lá que
devemos investir o melhor do nosso tempo e dos nossos recursos. Atentar apenas
nas coisas que se veem e que são temporais é viver sem esperança no mundo; mas
buscar as coisas que os olhos não veem nem as mãos apalpam é viver na dimensão
da eternidade, com os pés na terra, mas com o coração no céu!
Fonte: Palavra
da Verdade
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