Autor: Rev. Claudio Luis, Bacharel em Teologia
A importância do culto na vida do cristão está manifestada no próprio entendimento que ele tem de Deus. Isso precisa ficar bem claro em nossas vidas, porque, quando se cultua a Deus
“A igreja é vocacionada a prestar culto. Como povo de Deus, ela
encontra sua realização nesse ato, no qual revela publicamente o significado de
Deus para sua vida, tornando patente o que Deus é, fez e faz” (Hermisten Maia, Fundamentos
da Teologia Reformada, pg.129 e 128).
Quando
analisamos qual o fim principal do homem entendemos que ele foi criado com o
fim principal de glorificar seu Criador e deleitar-se nele para sempre. Cultuar
neste sentido é uma atitude de reconhecimento da grandeza, majestade, soberania
de Deus, bem como, o entendimento de uma vida agraciada pelas suas
misericórdias. O que se faz necessário ao homem adorar e louvar o seu criador.
Infelizmente muitos têm uma consciência
equivocada do culto é por isso, que encontramos muitos artifícios que ferem a
centralidade do culto que a Palavra. É muito comum ver nas igrejas slogan, tais
como: Culto de Libertação e etc. Mas o que é culto de libertação? Realmente eu
não saberia responder, tendo em vista que a Escritura nos sinaliza que só a verdade
é que liberta o homem. “Conhecereis a verdade e a verdade vos libertara" (João
8:32). Mas onde encontrar
essa verdade? Esta interrogativa eu a respondo com toda propriedade: A Verdade
neste caso é encontrada em Jesus Cristo: “Eu sou o caminho, a verdade e a vida”
(Jo. 14:6). Portanto, aqueles que são libertos, são libertos pelo poder de
Cristo que pela atuação do Espírito Santo através das Santas Escrituras anunciadas
nos corações dos pecadores os fazem livres do pecado.
A partir desta
liberdade o homem passar a cultuar o seu Criador tendo a consciência do que Ele
é, e o que Ele faz. O salmo 29.2 diz: “Tributai ao SENHOR a glória devida ao
seu nome, adorai o SENHOR na beleza da santidade”. É muito claro o que o
salmista enfatiza: o homem criado para glorificar a Deus através de uma
vida cultica no reconhecimento da santidade do Eterno.
É relevante dizer que
o foco do culto nunca será o homem. Esse pensamento parece fazer parte no âmbito
de muitas igrejas ou de muitas pessoas que não são doutrinadas corretamente
quanto ao culto e sua relevância. Observa-se portanto, que a falta do
entendimento correto quanto ao culto leva as pessoas a terem posturas totalmente
equivocadas. Posturas como: chegar atrasadas, sair antes da
bênção ou do poslúdio. Elementos estranhos que são introduzidos na liturgia
como, por exemplo: palmas para Jesus[1],
apresentação de visitantes[2]
e tantas questões a mais.
Os cristãos jamais
devem perder que o alvo de todo culto é Deus que os agracia com suas benevolências
e os abençoa com seu amor depositando em seus corações o real exercício de nossa
fé, a saber: Jesus Cristo que é o Autor e consumador de nossa fé.
[1] Palmas
para Jesus – Uma expressão totalmente equivoca retirada do meio dos espetáculos
e shows. Bater palmas para Jesus é um erro gravíssimo, pois, neste caso, aquele
que deveria ser adorado sem qualquer questionamento passa a ser um objeto de
aprovação ou reprovação. Digo isso, uma vez que, os aplausos são gestos de
aprovação e as vaias são gestos de reprovação. Sendo assim, Jesus é um objeto
tanto de aprovação como reprovação, o que implica dizer é: o finito que tem o
aval para confirmar, ratificar, sancionar o infinito.
[2]
Muitas liturgias de igrejas começam com adoração e louvor, passa para o momento
de contrição, volta para os louvores e quando chega à centralidade do culto que
é a Palavra, tem uma ruptura que é direcionada para as pessoas que ali são
denominadas de visitantes. Todo processo litúrgico neste ato é prejudicado pelo
simples fato de haver um rompimento em direção a Deus (Adoração, contrição e
Louvor) que em resposta, a direção se inverte quando Deus fala aos nossos
corações (Pregação). Com o rompimento, a linha sentido do homem para Deus e de
Deus para o homem é quebrada para dar lugar ao homem para o homem.
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