quarta-feira, 29 de junho de 2011

Fidelidade na Evangelização

Gilson Carlos de S. Santos
“A palavra do Senhor, porém, permanece eternamente.
Ora, esta é a palavra que vos foi evangelizada” (1 Pe 1.25).
ão há outra entrada para o céu, exceto a estreita passagem donovo nascimento; sem santidade, ninguém jamais verá a Deus (Hb 12.14).Deus uniu a fé e o arrependimento para serem as duas facetas de nossaresposta ao chamado do Salvador, deixando bem claro que vir a Cristoé abandonar o pecado e renegar a impiedade. “Se falharmos em manterunidas estas coisas que Deus juntou, nosso cristianismo será distorcido.”1A fé salvadora, o arrependimento, o compromisso e a obediência sãotodas operações divinas, realizadas pelo Espírito Santo no coração daqueleque é salvo. Não há obras humanas no ato da salvação. A salvação vemunicamente pela graça, mediante a fé (Ef 2.8). Sola Gratia e Sola Fidesão dois dos pilares da Reforma. Entretanto, a verdadeira salvação nãopode nem deixará de produzir obras de justiça na vida do verdadeirocrente. A obra de Deus na salvação inclui uma mudança de intenção,vontade, desejos e atitudes que produz inevitavelmente o fruto do Espírito.
Por que existem atualmente igrejas tão fracas? Por que tantasconversões são anunciadas e tantos membros arrolados às igrejas, e estastêm causado cada vez menos impacto sobre a sociedade? Por que não sepode distinguir muitos crentes dos incrédulos? Não é porque muitoschamam de crentes pessoas que na verdade não são regeneradas? Nãoserá que muitos estão tomando “forma de piedade, negando-lhe,entretanto, o poder” (2 Tm 3.5)?
Nem todo aquele que afirma ser crente o é na verdade. Jesusdeclarou em solenes palavras:“Nem todo o que mediz: Senhor, Senhor!entrará no reino dos céus, mas aquele quefaz a vontade de meu Pai,que está nos céus” (Mt 7.21). Incrédulos fazem falsas profissões de féem Cristo, e aqueles que não são crentes verdadeiros podem iludir-se,pensando que estão salvos. O diabo tem produzido muitas imitações deconversão, enganando as pessoas, ora com isto, ora com aquilo. Ele
possui tamanha habilidade e astúcia que, se possível, enganaria os próprios eleitos.
Este fato teria sido considerado como ponto pacífico, há algumasdécadas; hoje, não mais. O barateamento da graça e a fé fácilem um evangelho distorcido estão arruinando a pureza da igreja.O abrandamento da mensagem do Novo Testamento trouxeconsigo um inclusivismo putrefato que, com efeito, vê qualquertipo de resposta positiva a Jesus como um equivalente para a fésalvadora. Os crentes de hoje estão dispostos a aceitar qualquercoisa, que não seja a rejeição aberta, como a autêntica fé emCristo. O evangelicalismo moderno desenvolveu um territóriolargo e notável, que abriga até aqueles cuja doutrina é suspeitaou cujo comportamento denuncia corações rebeldes contra ascoisas de Deus.
O evangelho que Jesus pregou não fomentava esse tipo decredulidade. Desde o início de seu ministério público, nossoSenhor evitou adesões rápidas, fáceis ou superficiais. Suamensagem resultou em mais rejeição do que em aceitação entreos seus ouvintes, pois recusava-se a proclamar palavras quedessem a qualquer pessoa uma falsa esperança. Suas palavras,voltadas sempre para as necessidades do indivíduo, nuncadeixaram de fazer murchar a autojustiça dos que O procuravam,ou de pôr à mostra segundas intenções, ou de alertar quanto auma fé falsa ou a um compromisso superficial.2
Nas décadas recentes, tem surgido uma geração de cristãosprofessos cujo comportamento raramente se distingue da rebeldia emque vive o não-regenerado. Um desdobramento doCongresso
Internacional de Evangelização Mundial(realizado em 1974, em Lausanne, Suíça) já apontava para esta realidade: Da parcela de aproximadamente um bilhão de pessoas que compõe a população cristã do mundo, sabe-se que muitos ainda precisam ser evangelizados. São os “cristãos nominais”, quenão se comprometeram com Jesus Cristo e não Lhe reconhecemas reivindicações sobre suas vidas...
Talvez haja centenas de milhões de cristãos nominais entre osprotestantes de todo o mundo. É impossível obter dadosprecisos... Ao examinarmos a nossa tarefa, duas coisas setornaram claras. Primeiro, estamos tratando de uma importantetarefa na evangelização do mundo. Segundo, estamos sendodesafiados pelo nosso próprio incipiente nominalismo ecompelidos a examinar o nível de nosso próprio compromissocristão.3
Este relatório demonstrava que nem tudo estava bem nas igrejase denominações evangélicas. Por trás das fachadas dos brilhantes relatóriosde crescimento e das estatísticas impressionantes, existia uma convicçãode que a igreja carecia de poder em seu evangelismo. Ao mesmo tempo,nunca existiram tantas novas igrejas, tantas campanhas evangelísticas etantos crentes estudando para o trabalho de evangelismo pessoal. Nuncase realizou tantas conferências e seminários em uma tentativa de examesério das causas e curas no ministério do evangelho. Organizaçõesdenominacionais e interdenominacionais também se lançavam emcampanhas procurando transcender as barreiras das denominações emesforços evangelísticos. A verdade, porém, é que estes esforços limitavam-se também por outras barreiras:
Tendo aceito a teoria de que unidade é uma máxima para oevangelismo em larga escala, tanto a igreja quanto o indivíduosão forçados a rebaixar o seu conceito do valor da verdade. Nãopodendo insistir em verdades bíblicas que venham a ofenderoutro irmão evangélico, temos de procurar o menor denominadorcomum a todos os crentes. Rotula-se, então, o resto da Bíbliacomo “não essencial” à evangelização, pois, afinal de contas,estima-se que a unidade entre os crentes é mais importante doque a exatidão doutrinária.
As sociedades interdenominacionais nunca param a fim deperguntar: “O que é na realidade o evangelho de Cristo?”; istopoderia trazer respostas incômodas, que feririam a outros;poderia condenar a maior parte de suas próprias mensagens emetodologia e trazer à baila uma gama de opiniões diferentes.Adotar a posição de uma igreja significaria perder o apoio de
cinco outras, e então todo o sistema construído sobre a premissade unidade desmoronaria.
A igreja local também se encontra impedida de especificar bem a verdade. Isto pode afetar a sua harmonia com a denominação ou com a associação. Definir o evangelho cuidadosamente (comoapresentado na Bíblia) traria conflito com a organização democidade; ou talvez demonstre que as lições de escola dominicalpresentemente em utilização devam ser descartadas; ou mesmoque aquela campanha tenha de ser abandonada. Dar atenção aoconteúdo do evangelho pode significar atrito com outrosevangélicos, e a premissa é que a unidade é chave de sucesso.4
Em todas as épocas e lugares, os servos de Cristo estão sob aordem de evangelizar, ou seja, proclamar o evangelho. Nas páginas daBíblia, a evangelização é algo que centraliza-se em Deus. A EscrituraSagrada exige que a evangelização seja da parte de Deus, “por meiodEle e para Ele” (Rm 11.36). É triste dizer, mas grande parte daevangelização contemporânea é antropocêntrica— centralizada nohomem.5 Com excessiva freqüência, as luzes da ribalta focalizam oevangelista — sua personalidade, eloqüência, a arte com que ele dispõeos argumentos, a história de sua conversão, as dificuldades pelas quaispassou, o número de pessoas que se converteram pelo trabalho dele e,em alguns casos, os milagres que alguns dizem que ele realizou. Àsvezes, a atenção é posta nos que estão sendo evangelizados. Ressalta-seo grande número deles, o triste estado em que se encontram—exemplificado na pobreza, doença e imoralidade — sua suposta ansiedadepelo evangelho da salvação e, pior de tudo, fala-se do bem que existeneles e os capacita a exercitarem a fé salvadora, por sualivr e vontade,embora não regenerada. E quantas vezes o bem-estar do homem — bem-estar terreno ou eterno — é a única finalidade da evangelização!
Uma igreja sadia necessita ter entre suas características umacompreensão bíblica do evangelismo. Para todos os membros da igreja,mais particularmente para os líderes que têm o privilégio e res-ponsabilidade de ensinar, uma compreensão bíblica do evangelismo écrucial. Naturalmente, isso precisa estar intimamente relacionado a outrascompreensões bíblicas, como, por exemplo, a do evangelho e a daconversão. É óbvio que a maneira como alguém compartilha o evangelhoestá intimamente relacionada ao modo como ele ocompreende. Quando
o evangelho é redefinido como algo que significa pouco mais do queuma mensagem de auto-ajuda espiritual, e a conversão degenera-se deum ato de Deus para uma mera resolução humana, a compreensão eprática da evangelização terão suas conseqüências lógicas. Por outrolado, se a mente for moldada pela Bíblia no que concerne a Deus, aoevangelho, à necessidade humana e à conversão, uma correta compreensãodo evangelismo fluirá naturalmente.
Quando alguém herda práticas e ensinamentos que presume seremcorretos na prática da evangelização, talvez nunca pense em questionar ametodologia e a mensagem com a qual está acostumado. Entretanto,este assunto é sério e afeta cada um de nós. Essas coisas devem preocupar-nos.
Lembro-me bem de quando li Evangelização e Soberania de
Deus,de J. I. Packer.6 Ele foi um instrumento usado por Deus para
auxiliar-me no equilíbrio do conceito bíblico de evangelização. Eu haviaassumido a Cadeira de Evangelismo em um seminário batista e deparava-me com o desafio de fornecer aos alunos um conceito adequado e,portanto, bíblico de evangelização. À época, eu pensava que os cristãosevangélicos não precisavam gastar tempo em discutir este asssunto. Emvista da ênfase que os evangélicos sempre deram à primazia daevangelização, seria natural imaginar que todos fossem perfeitamenteunânimes sobre o que ela significa. Eu estava errado! Logo entendi quereinava grande confusão acerca deste ponto. A raiz da confusão pode serdita numa sentença. “Trata-se de nosso generalizado e persistente hábitode definir a evangelização não em termos de uma mensagem anunciada,mas de um efeito produzido em nossos ouvintes.”7 Isto significa dizerque a essência da evangelização é produzir convertidos.
Isso, entretanto, não pode ser correto. A evangelização é umaobra do homem, mas a dádiva da fé pertence a Deus. É verdade,realmente, que cada evangelista tem por alvo converter ospecadores e que nossa definição expressa perfeitamente o idealque ele deseja ver cumprido em seu próprio ministério; porém,a questão de ele estar ou não evangelizando não pode serresolvida simplesmente pela pergunta: “Meu ministério temproduzido conversões?” Missionários entre os muçulmanos têmlabutado durante a vida inteira sem ver qualquer convertido;deveríamos concluir que não estão evangelizando? Tem havidopregadores não-evangélicos através de cujas palavras (nemsempre compreendidas no sentido pretendido) algumas pessoasforam saudavelmente convertidas; deveríamos concluir que essespregadores estavam evangelizando? Certamente a resposta énegativa em ambos os casos. Os resultados da pregação dependemnão das vontades e intenções dos homens, mas da vontade do
Deus todo-poderoso. Essa consideração não quer dizer quedevamos ser indiferentes quanto a ver ou não os frutos de nossotestemunho em favor de Cristo; se não estiverem aparecendo osfrutos, devemos buscar a face de Deus para descobrir o motivo.Essa consideração, todavia, significa que não devemos definira evangelização em termos dos resultados obtidos.
Como, pois, deveria ser definida a evangelização? A respostadada pelo Novo Testamento é muito simples. De acordo com oNovo Testamento, a evangelização consiste apenas na pregaçãodo evangelho, as boas novas. É uma obra de comunicação naqual os crentes se tornam porta-vozes da mensagem sobre amisericórdia de Deus para os pecadores. Todos quantos anunciamfielmente essa mensagem, sob quaisquer circunstâncias, tantoem numerosa como em pequena reunião, em um púlpito ou emconversa particular, estão evangelizando. Visto que a mensagemdivina tem por clímax o apelo da parte do Criador a um mundorebelde, para que este se volte e deposite fé em Cristo, a entregada mensagem envolve a chamada dos ouvintes à conversão. Senão estamos procurando obter conversões nesse sentido, nãoestamos evangelizando. Porém, a maneira de saber se alguémestá evangelizando de fato não é perguntar se o testemunho estáproduzindo conversões. Pelo contrário, é perguntar se o pregadorestá proclamando fielmente a mensagem evangélica.8
Assim, pois, de acordo com a Bíblia, evangelismo consiste emapresentar as boas novas livremente, confiando a Deus a conversão daspessoas (At 16.14). “Ao SENHOR pertence a salvação” (Jn 2.9). Qualquermeio que utilizemos para forçar nascimentos espirituais será tão eficazquanto Ezequiel tentando costurar os ossos secos ou Nicodemosprocurando dar a si próprio um novo nascimento. E o resultado serásemelhante. Se o número de membros de nossa igreja é notavelmentemaior do que o número de presentes aos cultos, o que se entende porconversão? Que tipo de evangelismo tem sido praticado que resulta emtão grande número de pessoas com baixíssimo nível de envolvimento navida da igreja e sem qualquer distinção dos incrédulos?
O pragmatismo tem afetado sensivelmente nossos conceitos,metodologias e práticas na evangelização.9 “Pragmatismo é a noção deque o significado ou valor é determinado pelas conseqüências práticas.É muito similar aoutilitarismo, a crença de que a utilidade estabelece opadrão para aquilo que é bom. Para um pragmatista/utilitarista, sedeterminada técnica ou curso de ação resulta no efeito desejado, suautilização é válida. Se parece não produzir resultados, então não temvalor”.10 Algo é bom desde que funcione. Os pragmáticos, portanto,definem a verdade como aquilo que é útil, significativo e benéfico.
O pragmatismo como filosofia foi desenvolvido e popularizadono final do século passado. Conquistou a alma norte-americana e espalhou-se por toda a cultura ocidental. O mais alarmante, entretanto, é que umsurto irresistível de pragmatismo veio a permear o evangelicalismo. E,arrastados na torrente pragmática avassaladora, as igrejas e seus líderesretiram ateo log ia do seu lugar de honra e, em lugar desta, entronizam a
metodologia. “Quando o pragmatismo se torna a filosofia norteadora da
vida, da teologia e do ministério, acaba, inevitavelmente, colidindo com
as Escrituras”.11
Livros e manuais que falam sobre Crescimento de Igreja hojesão best-sellers. Pastores e líderes estão famintos por livros que, de formasimples e prática, narrem o testemunho de líderes e outras igrejas quetêm experimentado assombrosos crescimentos numéricos. Porém, demodo geral, nestes livros (bem como nos modelos e projetos por elesapresentados), sente-se falta de uma avaliação teológica dos modelos deplanejamento estratégico empregados por essas igrejas e líderes.Atualmente, estão em voga as técnicas de crescimento de igreja queacriticamente absorvem a perspectiva antropológica moderna. Umexemplo: a antropologia adotada pelas correntes de planejamentoestratégico está fundamentada na perspectiva de Rosseau, da bondadeintrínseca do homem, levando-nos a acreditar que tudo se resolve com ométodo; homens bons com um método de desenvolvimento adequadosignifica sucesso garantido.
É sob essa luz que podemos entender a rejeição e o menosprezoda metodologia tradicional — especialmente, da pregação — em favorde novos métodos. Estes, supostamente, são mais “eficazes”, ou seja,atraem grandes multidões. O pragmatismo encara a pregação (parti-cularmente, a expositiva) como antiquada. Proclamar de modo claro esimples a verdade da Palavra de Deus é visto como ingênuo, ofensivo eineficaz. Além disso, grandes mudanças revolucionaram o culto deadoração das igrejas. Os cultos agora são planejados no sentido de seremmais “divertidos”, adicionados de grande dose de entretenimento. “Oentretenimento está rapidamente se tornando a liturgia da igrejapragmática”.12 A aceitação acrítica e a celebração efusiva de psicologiapopular, técnicas de aconselhamento, exagerada ênfase em con-textualização, receitas de auto-ajuda, princípios de propaganda emarketing, correntes de administração e controle de qualidade, teoria
de crescimento de igreja e outras tendências indicam o crescente com-prometimento da igreja com o pragmatismo. Sutilmente, em vez deuma vida transformada, a aceitação por parte do mundo e a quantidadede pessoas alcançadas ou presentes aos cultos vêm se tornando o alvomaior da igreja contemporânea.
A nova filosofia é objetiva: a igreja está competindo com omundo. O mundo é hábil em captar a atenção e os sentimentosdas pessoas. A igreja, por outro lado, tende a ser muito pobrena “venda” de seu produto. Portanto, o evangelismo deve servisto como um desafio de marketing, e a igreja deveria colocaro evangelho no mercado da mesma forma que todas as empresasmodernas colocam os seus produtos. Isso requer mudançasfundamentais. O objetivo de todo marketing é “deixar o produtore o consumidor satisfeitos”; então, tudo o que tende a deixar o“consumidor” insatisfeito precisa ser jogado fora. A pregação,especialmente a que fala sobre o pecado, a justiça e o juízo, éconfrontadora demais para ser verdadeiramente satisfatória. Aigreja necessita aprender a “divulgar” a verdade de forma adivertir e entreter.13
Em suma, de forma indisfarçada, o que a nova filosofia estádizendo é o seguinte: a igreja tem sido muito antipática. A igreja pode edeve omitir, ou ministrar em doses homeopáticas, os elementos damensagem bíblica que não se encaixam no plano promocional. O “bomsenso” de marketing exige que o escândalo da cruz seja minimizado.
A filosofia contemporânea de ministério está apaixonada pelospadrões mundanos de sucesso... qualquer um que conhece asEscrituras [sabe que] critérios exteriores tais como afluência,números, dinheiro ou reações positivas jamais foram a medidabíblica de sucesso no ministério. Fidelidade, piedade ecompromisso espiritual são as virtudes que Deus estima; e taisqualidades deveriam ser os tijolos com os quais se constrói umafilosofia de ministério. Isto é verdadeiro tanto para as igrejasgrandes como para as pequenas. Tamanho não é sinônimo dabênção de Deus; popularidade não é barômetro de sucesso...Nas Escrituras, o sucesso exterior jam ai s é um objetivo dignode ser perseguido.
[Sucesso] não decorre de obtermos resultados a qualquer preço.O verdadeiro sucesso não é prosperidade, poder, proeminência,popularidade ou qualquer outro conceito mundano de sucesso.Sucesso genuíno é fazer a vontade de Deus apesar dasconseqüências.14
Precisamos retornar à ênfase sobre a necessidade de sermos fiéis.Isso é de importância vital em nossos dias. Acima do sucesso, devemosalmejar a fidelidade. Lembremo-nos de Noé. Ele é descrito no NovoTestamento como “pregoeiro da justiça”. Que tipo de sucesso ele teve?Se o avaliarmos pelos critérios das correntes pragmatistas contemporâ-neas, concluiremos que ele foi um evangelista antipático, repetitivo efracassado. Quanto às conversões, exceto os de sua própria casa, ele nãoobteve qualquer sucesso. Porém, quando o Senhor voltar, não dirá:“Muito bem, servo bom ebem-sucedido”. Ele dirá: “Muito bem, servobom efiel”. Como alguém muito acertadamente já afirmou, no final, oque realmente será levado em conta não é o nosso sucesso, e sim a nossafidelidade.
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1J. I. Packer, na apresentação do livroO Evangelho Segundo Jesus,
John F. MacArthur, Jr., Editora Fiel, 1991, São José dos Campos (SP),
p. 5.
2John F. MacArthur, Jr., O Evangelho Segundo Jesus, p. 41.
3Chamam-se Cristãos, a evangelização dos povos tradicionalmente
cristãos— relatório da consulta sobre a evangelização mundial
(Miniconsulta sobre a Evangelização de Cristãos Nominais entreCatólicos e Protestantes), realizado em Pattaya, Tailândia, em junhode 1980, sob o patrocínio da Comissão de Lausanne para aEvangelização Mundial. ABU Editora e Visão Mundial, 1984, pp. 9 e 53.
4Walter J. Chantry,O Evangelho de Hoje: Autêntico ou Sintético?,
Editora Fiel, 1986, São José dos Campos (SP), pp. 10,11.
5R. B. Kuiper,Evangelização Teocêntrica, Publicações Evangélicas
Selecionadas, 1976, São Paulo (SP), p. 221.
6J. I. Packer, Evangelização e Soberania de Deus, Edições Vida Nova,
1990, São Paulo (SP), p. 85.
7Idem, p. 28.
8Ibid., pp. 30,31.
9Recomendo a leitura deCom Vergonha do Evangelho, Quando a Igreja
se torna como o Mundo, John F. MacArthur, Jr., Editora Fiel, 1997,
São José dos Campos (SP), 287 pp.
10John F. MacArthur, Jr., Com Vergonha do Evangelho, p. 6,7.
11Ibid., p. 7.
12Ibid.,p.13.
13Ibid., pp. 19,20.
14Ibid., p. 26.

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